quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Magnífica Escócia - Castelo de Doune

Hoje decidi mostrar-vos o primeiro Castelo que visitámos.
O Castelo de Doune.

Não se podia ter escolhido melhor sítio para iniciar o circuito de visitas culturais e históricas.
À chegada fiquei perplexa com os sanitários.
Aqui estão eles:
É verdade....aquela "casinha" são as instalações sanitárias que estão à disposição dos visitantes.
Sem comentários....
O Castelo encontra-se numa pequena elevação. Orgulhoso.
Cá de fora não se tem a noção de como é amplo e imponente.
A entrada não podia ser melhor. Um enorme portão de ferro, paredes de pedra,calçada desgastada pelos séculos.
Mesmo como eu gosto.
E para ali me fiquei a babar e a pensar como seria viver ali, na quantidade de highlanders que por ali passaram, e tudo, e tudo, e tudo.....
Lá dentro a perspectiva é fantástica. Um pátio interior amplo e organizado faz adivinhar que a vida comunitária em tempos idos era muito estruturada. Todo o espaço existente era aproveitado para qualquer coisa.


O poço tem o seu lugar de destaque, numa posição central e bem visível a partir de todo o Castelo.

E agora podeis roer-vos de inveja!! Ahhh sim!! Sabem porquê? Não? Querem saber? Sim??
Então vamos lá...
Estão a ver este senhor?

Conseguem reconhecê-lo?
Mais uma ajudinha....estão a ver este grupo?
Ainda não conseguiram descobrir de onde os conhecem? Pois bem....trata-se "só" do local onde foi filmada a série Outlander. 
E o Castelo de Doune é, nem mais nem menos, o Castelo Leoch da mesma série.
Cá está ele:



Olhem o poço ali no centro da fotografia:

Ou seja, eu, Maria João, já estive neste local fantástico, já pisei as mesmas pedras que este elenco poderoso, já respirei o mesmo ar, já vi o que eles viram! 
Muito, muito bom!
Devo fazer uma pequena observação...nesta série, um dos momentos históricos que é retratado é a Batalha de Culloden, de que vos falei na última publicação.
Ficam aqui alguns registos dessa recriação:


Regressando ao Castelo em si, uma das coisas que me despertou uma atenção especial foi a existência de umas gárgulas fantásticas ao longo das paredes.
Parece que em tempos idos eram pintadas em tons de vermelho, azul e dourado....magníficas!




A visita pelo interior foi muito aprazível. Teve que se ter algum cuidado com as portas, que em regra geral eram muito baixas. 
Vou começar pela cozinha.
Espaço amplo, com o soalho completamente desnivelado. Nos seus tempos áureos devia estar cheia de carne, frutas e legumes....e a chaminé sempre acesa, decerto!
Sei que a perspectiva não é a melhor, mas podem acreditar que esta chaminé é um autêntico colosso.

Sabem a origem destes traços nas pedras? Alguém consegue adivinhar?
Pois bem, parece que era aqui que os cozinheiros amolavam as suas facas e cutelos....impressionante!
Entre outras coisas, tenho um grande fascínio por portas e mobiliário antigo, aldrabas e soalhos/pavimentos....quanto mais tortos e picados do bicho, melhor!
Ficam alguns exemplos que me encheram os olhos:
O que eu dava para ter uma porta destas em casa....

Este banco em madeira é algo de maravilhoso.
Discretamente colocado junto a uma imensa parede, tive que o ir ver mais de perto. E o que observei foi altamente agradável.
Muito curioso, porque os símbolos associados à Escócia (para além dos brasões dos clãs, temos o cardo, o leão e o unicórnio) estão presentes em todo o lado.






Outra surpresa maravilhosa: janelas com os caixilhos em diagonal, formando pequenos e deliciosos losangos.
Para quem tem a ideia de que o vidro é sólido, aqui fica a prova de que efectivamente não o é. Trata-se de um fluído e, como tal, vai "escorrendo" com o passar do tempo (é por esse motivo que os vitrais, nas catedrais e igrejas muito antigas, se vão deformando e criando simpáticas barriguinhas!).
Se olharem com mais atenção, poderão ver que estão um tanto ou quanto enrugados.....

As casas de banho há uns séculos atrás era algo destinado apenas aos "Senhores" dos Castelos e dos Palácios.
Aqui também não se fugiu à tradição.
Agora, e até por questões de segurança, o orifício está tapado e tem uma tampa, mas antigamente não seria assim.
De repente acabo de me lembrar de uma coisa....bolas! Com o frio que por lá faz, de cada vez que iam à casa de banho deviam ficar com o traseiro completamente roxo! Nada agradável!

Sendo locais quase que confinados, ainda assim estavam bem concebido. Todos os que vi tinham orifícios (e não janelas...só mesmo o orifício) que devam para o exterior. Penso eu que para ventilação...e se a criatura estivesse muito atrapalhada, sempre ia apanhando com uma brisa fresca na cara e vendo as vistas!
Esta é a porta de acesso à casa de banho.
Estreita e baixinha.
Carambas....se uma pessoa fosse muito à rasquinha via-se grega para entrar lá dentro...só problemas e dificuldades!
Passamos agora ao quarto da Senhora do Castelo.
Uma das coisas que me fascinou ao longo da visita foi a existência, ao longo das diversas divisões, de pequenas aberturas como a que mostro em baixo.
Se repararam nas fotografias do exterior do Castelo, as janelas são muito poucas. Mas este tipo de abertura é muito frequente, passa despercebido a quem está no exterior, permite a ventilação dos espaços e permite ir vendo o que se passa lá fora sem dar muito nas vistas.
Por outro lado, quando os Castelos eram atacados, não havendo janelas (pontos fracos) para destruir, o acesso ao interior seria sempre mais difícil.
Voltando ao quarto, também ele possui uma lareira fantástica. Como os aposentos dos Senhores estão localizados nos andares superiores, já beneficiavam de algum do calor produzido nos pisos térreos. Daí a dimensão das lareiras ser um pouco mais modesta.

Mais uma pequena (baixa e estreita) porta, que dá acesso ao closet e à casa de banho.
Estas pessoas deviam ser tão pequenotas.....

Bom, este pavimento é algo de fantástico! E tão gasto que faz adivinhar uma ocupação presente e bem vivida ao longo dos séculos!
Neste caso, a casa de banho dava directamente para o exterior do Castelo. Credo....que frio devia vir por ali acima durante o Inverno!




As escadas são outra questão a considerar com cautela....íngremes, em caracol e estreitinhas. Só passando uma pessoa de cada vez, os visitantes têm que esperar para subir/descer, se por acaso vier alguém em sentido contrário.
Aqui surgiu-me outra visão: pobres das serviçais que tinham que andar a carregar coisas escadas acima, escadas abaixo! Acho que o único aspecto positivo deveria ser ficarem com os gémeos e os glúteos bem definidos!
 
A última divisão que vos vou mostrar é o Salão Nobre do Castelo.
Era aqui que se tomavam as decisões importantes e recebiam os representantes de outros Clãs.
Ficou na retina a magnífica e colorida disposição dos brasões que se podiam observar por cima da entrada nesta divisão e a lareira enorme, dividida em duas outras mais pequenas e separadas entre si. Muito intressante.











 

Finalizo com uma amostra do que se podia observar da parte mais alta do Castelo:
Adoro corvos. Acho-os lindíssimos e cheios de significado, para além de adorar os sons que fazem.
Por estas terras os corvos abundam e convivem de forma pacífica com toda a gente.
Não sei como nem porquê, consegui detectá-los até nos locais mais distantes e menos prováveis.
Aqui fiz este amigo, discretamente pousado numa das pedras do pátio interior.
Lindo!
Espero que tenham apreciado...até breve!