segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Magnífica Escócia - Campo de Batalha de Culloden

Dou hoje início à epopeia bloguística em que o tema central vai ser a Escócia.
Podem ficar descansados que "só" tenho em rascunho 25 publicações, sendo altamente provável que surjam mais 2 ou 3.
Pensei imenso como organizar as publicações...por onde começar.
Decidi começar pelo local que mais me marcou. Pouco exuberante em termos visuais, sem edifícios históricos, sem artigos patrimoniais de valor incalculável.
O Campo de Batalha de Culloden.
Nos mapas abaixo podem ter uma ideia do local onde fica, bastante próximo da cidade de Inverness, no norte escocês.


Neste local (um pântano) teve lugar, em 16 de abril de 1746, a última batalha terrestre na Grã-Bretanha. Confrontaram-se os rebeldes jacobitas (constituídos por diversos clãs das terras altas escocesas, simpatizantes franceses e irlandeses) e as tropas do governo britânico. 
Foi uma batalha sangrenta onde, em menos de uma hora, morreram entre 1500 a 2000 jacobitas. Do lado das tropas do governo britânico não se chegaram a registar 300 mortos.
Ainda hoje se vê esta batalha como um autêntico desastre nacional para a Escócia, tendo em resultado da mesma sido proibida durante mais de 100 anos a utilização dos tartan's. Outro resultado foi a destruição da ordem social do "Highlander".
Resumindo, entramos num centro interpretativo onde existe uma exposição fabulosa, com um valor histórico tremendo, e passamos de seguida para o campo de batalha.
Demorei quase duas horas a percorrer o campo de batalha (e garanto que foi a andar bem...), extremamente bem organizado e com imensas placas com indicações históricas e com a explicação sobre a forma como os combatentes estavam dispostos no terreno.
Ao longo de todo o campo podemos ver rochas com o nome dos diversos clãs envolvidos na batalha, no sítio onde presumivelmente se encontravam e foram aniquilados.
Ficam algumas imagens:






As bandeiras azuis simbolizam as linhas jacobitas. 
 Existem diversas lápides como a abaixo, onde se pode consultar o nome dos clãs e o numero de baixas (mortes) sofridas.


O melhor amigo durante o percurso apeado: o GPS cedido no centro interpretativo, onde podíamos ver onde nos encontrávamos no Campo de Batalha e através do qual íamos ouvindo a explicação histórica de cada ponto percorrido.
É visível o amor e respeito que ainda hoje se tem pelos que caíram na batalha.














O memorial que foi construído em pleno Campo de Batalha.











Como disse no início, foi o local que mais me marcou.
O ambiente é pesado mas, em simultâneo, transmite paz. Sente-se a morte, a angústia dos Highlanders...mas ao mesmo tempo é um local que fica gravado na alma e no coração.
Imaginei a aflição daquela gente,,,,a verem a morte a chegar mas a não baixar os braços de forma alguma. Não há registos de cobardia. Há honra, há orgulho. Respira-se o amor e o sentimento de defesa e protecção em relação a um país.
No início da visita através do Campo de Batalha pode-se ler uma placa a solicitar respeito. Respeito pelos que ali perderam a vida. Respeito pelo local onde ainda hoje estão enterrados quase 2000 escoceses das terras altas. Respeito por um local extremamente sagrado para os escoceses.
E toda a gente cumpre.
À saída do Campo passa-se por esta pequena maravilha.
Uma pequena casa de pedra que foi habitada até à década de 30 do século XX.
Mais que ainda hoje ali permanece. Tratada e conservada. Porque também ela faz parte da história.




 Ali ficou também um bocadinho de mim.





2 comentários:

  1. Amei as fotos e sua descrição pessoal do lugar.

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  2. Sou fascinada pela história dos Highlanders, dos escoceses. Desejo conhecer esse lugar em breve. Seu relato me emocionou. Obrigada.

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